domingo, 12 de maio de 2013

A não saber


Leio a não saber o que

ou para quê.

Leio a imensidão que sou

e a que não sou.

Leio o vazio que fala e o entendendo nada.

Porque entendo nada,

ou porque algo preciso dizer que faço.

E é nem feio o nada, o fazer nada.

Leio porque sou nada.



Chamo porque preciso entender por onde

me falam rastros.

Chamo porque preciso me achar em outrem

e por contente.

Chamo por precisar de algo

ou de alguém.

Chamo por medo de me esquecer.

Somente assim

me chamo.



Falo, não falo, ouço.

Olho por onde vim.

Busco por passos que, vacilantes,

falam de coisas minhas.

Fazem tudo que é meu

cheio de toda fé.

Debruça-se e acalma a mim

o meu silêncio: existir.

Olhe por onde anda, não olhe tanto!”

Precipitada e calma criança

eu sou.

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