sábado, 9 de abril de 2016

Da sempre nula liberdade (o poder da posse)

Pois que só se perde o que se tem
Ter é perder a paz
É, previamente, perder.
Tua amizade, teu respeito
Tua
Admiração
Tua vontade de ser mais eu.
Minha vontade de ter você
Passa a ser guerra
Interna
A partir de satisfeito...

Teus olhos nus
sem nem respeito
Encantam-me
E sofro
(é, previamente, perder).
Teus olhos nus
me são
E tenho medo
De me perder
No tanto que
Te amo...

E é Tanto que te amo
e amo, e amo, e amo mais!
(um desespero)
que sinto medo
(medo é tudo o que verdadeiramente temos)
de te perder.

E sei
E sei nem mais tão fundo assim
que te perdi
Ter é previamente, sem interrupções
Perder.