Parece um bicho que estava esperando, à espreita,
A presa acordar
Você, acordando, sabia
Que estava, o bicho, a espreitar:
Sacia a sede do bicho,
Aceita o jantar.
E que quando eu não puder mais escrever, ver e ler de novo a vida, guarda ainda em mim, ó, Deus, tudo que de vida vivi. Para que, assim, todo vivo, poesia viva eu siga.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Doença de meu desejo
O que é querer
Se não doença?
O que não basta
Cronicamente
Incompleto
Quer o impossível
E então maltrata
sua impotência.
Se não doença?
O que não basta
Cronicamente
Incompleto
Quer o impossível
E então maltrata
sua impotência.
O que é poder
Se não desejo?
É inviável
julgar quereres
Assim passando
a ser então
Doença.
Se não desejo?
É inviável
julgar quereres
Assim passando
a ser então
Doença.
O que é doença
Se não desejo?
A culpa nossa
Tão clara
desenfreada
a culpa
E dissimulação.
Se não desejo?
A culpa nossa
Tão clara
desenfreada
a culpa
E dissimulação.
O que não tudo
Se não desejos
e doenças?
Se não desejos
e doenças?
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Essas coisas tão escritas
Li errado então teu verbo
A frase preferia ser assim
Não por isso me perdestes em ti
Tão boa a encenação
(Então li certo)
A frase preferia ser assim
Não por isso me perdestes em ti
Tão boa a encenação
(Então li certo)
Penso, penso e penso tanto
E na verdade não importa (nada importa)
Quem é o ator, ou farsa
Desprende-se de mim qualquer ser não inventado
E na verdade não importa (nada importa)
Quem é o ator, ou farsa
Desprende-se de mim qualquer ser não inventado
Quero mais que um simples novo amor molhado
Acho querer mesmo um clima falso
Falso encanto, Falsos olhos verdes, Falsos transtormares em mim
(Essa chuva que não passa)
E a rima. E a palavra. E a métrica certa que outra vez não inventada,
não foi, foi não em mim
Você é tudo o que eu não posso e posso ser
Acho querer mesmo um clima falso
Falso encanto, Falsos olhos verdes, Falsos transtormares em mim
(Essa chuva que não passa)
E a rima. E a palavra. E a métrica certa que outra vez não inventada,
não foi, foi não em mim
Você é tudo o que eu não posso e posso ser
E nós, assim, crianças. Eternamente crianças a olhar e crer
(Ou fingir)
Por entre os risos e malabares ao ocaso de outra tarde
De outro dia
Outro sonho
(Ou fingir)
Por entre os risos e malabares ao ocaso de outra tarde
De outro dia
Outro sonho
Desenha-se ao pôr do sol nossos corpos juntos
Lado a lado, num abraço, silhuetas no vermelho-laranja
azul-caramelo
Parece, assim, isso, valer mais
Um sonho
Outras brisas de encanto leve
Se perdendo e precedendo o amor maior
Que nunca saberei
existir.
Lado a lado, num abraço, silhuetas no vermelho-laranja
azul-caramelo
Parece, assim, isso, valer mais
Um sonho
Outras brisas de encanto leve
Se perdendo e precedendo o amor maior
Que nunca saberei
existir.
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