quinta-feira, 25 de junho de 2015

Da vida emana a melodia
Da vida
A música que se faz no vento, nos verdes pássaros
De dentro
Na esperança de nada sobre nada
Faz-se a poesia

Um café no Boulevard imaginado pós a aula não havida
E o som dos passos
O desaviso na dança das velocidades dos carros
Uma só dança, todos bailarinas sem ensaio
E perfeito
No som dos tempos
Outonos de outros carnavais

Perfeitas bailarinas no ensaio que é sempre
O dom dos tempos todos
No hoje
As mesmas chances para os mesmos seres
Perfeitos na imperfeição que é ser
Um mesmo ser
Os carros


E o moço da mesa ao lado 
Que chora alegre as mágoas do dinheiro alheio
Não espanta mais a melodia das horas
Pois é bailarina também.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Na praça Na praça

Na praça
Sempre de volta
Na praça
Eu sou o mesmo
Na praça
O fim do dia
Orgulho
Do resolvido
Na praça
Já se resolve
Na praça
De todo gosto
Na praça
Novos sabores
No mesmo
Cigarro pobre
Na praça
Tudo são cores
Na praça
Estou sem volta
Na praça
E rodeado
Do nada
Que é quase um todo
E o mesmo
cigarro pobre
Na praça
É sempre um novo
Escuto
O irresolvido
Na praça
Definitivo
Na praça
Me volto sempre
Na praça
Que sempre volta
Na praça
As ampulhetas
E esteiras
De meu descanso
A ver
parado, o tempo
Na praça
A não passar
Na praça
Que sempre volta
Na praça
Que sempre estou

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Faço várias de outras vozes pra fazer
Pessimismo em mim vontade
Volta e meia tento e faço o me esconder
Lutas tantas são precisas
Qualquer hora em que me encontro posso ser
Outros, e outros, e outros mesmo
Quando passo a ouvir os outros
Perceber
Errando-me outra vez...

Sou acontecimentos, sou prazeres, sou vontade
Todo errado...
Todo errado, sou Das Dores, Zé Ninguém
Um covarde
E então me entendo, sou, nas chances, perceber:
Chances para sempre
Para todo o sempre
Pois sou mundo...

Não disfarço quando posso embrutecer
Dores tantas
Lutas tantas, mil disfarces sem me ter
Todo outonos
Não se quer, não, não se quer
Tanto quer...
Quantas dores, quantas coisas
Tantos nãos...

Mas não!, não, não se guarde tanto assim
Nem se ache
Não me ache onde não sou
Pois nada somos
Apenas queira perceber
Somos olimpo
Em mim, em mim, em mim
Um outro olimpo...

E faço várias de outras perdas pra fazer
Ao longo dos tempos
Tempos e outros tempos, mesmo tempo...

Do Existencialismo
Otimismo meu.