segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Chuva

Roupa passada, comida, banho e colchão
Carro novo ali na garagem
Senta, equilibra a fome das coisas
Resiste, todo dia, à falência múltipla dos órgãos
Se compara, o barato, ao caro
De todo dia
Resiste, dia sim, dia sim
À falência múltipla dos órgãos.
Eu sigo
Cansado, novo de novo e pronto
Para qualquer desajuste outro
Próximas quedas da bolsa
Já que todo dia
Se fizer chuva, eu chovo
E a gente segue junto, dia sim, outro dia
Na cadência das cores novas
Ou não
No embalo do amor e dor
Coração, sangue e louvor
Louvando
A vida.
...e morro todo dia
Para louvar, outra vez
A vida.