domingo, 22 de setembro de 2013

Poesia complementar

A procurar remédio para as aflições do peito,
pus-me a imaginar-te.
Possuir-me em ti passou a ser alento;
nem gozo, nem fúria, nem medo o orgasmo.
Acariciei-te, te encontrei desejo.
Tua boca, teus pelos, pele; teu sexo.
Minhas mãos cortaram o oceano.
Teus seios, teu cheiro, nossas peles em uma.
Nossos quereres, vontade.
Te quero adentrar.
Te quero.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Beco das palavras

Pelas páginas do livro agora,
introspecções me são.
Insanidade é o hoje
sussurrando ao doravante emergir
o retumbante amanhã.
E o amanhã é todo dia.
E todo dia um novo susto.
 
 
Pelo cinza silêncio
as bordas do pensamento me moldam.
Deformam-me cinza também.
É pelo imóvel que são tremores.
O quanto me sou distante
é para que me aproxime.
Sim, eu sei, tudo é contrário.
 
 
Contrário por ser único.
E ser contrário.
Por ser disforme é que posso me aninhar.
Sou todo torto, sou bobo e afobado.
Sou todo lento o pensamento.
Sou contrário
(justiça não posso almejar).
 
 
Como um orgasmo às portas do trágico,
encontro-me feliz insano.
A seduzir o caos, não mais me tenho.
Pensamento: sopa de letrinhas.
Sem suicídios outros, esvazio.
Deguste seu café agora
que esfria.