segunda-feira, 27 de junho de 2016

Poema viva

De onde vem a vida
Se é que vem a vida
O quanto estamos nela
Se é que a existimos
O quanto o meu viver
Além de brincadeira
E do brincar de sério
Levar se deve a sério
Qual tanto é de verdade
Que tanto amor me vale
O que se chama amar
Um verbo assim sabido
Por que se preocupar
Mas se não se preocupa
Como vai me enganar
E se não me enganar
Por que aqui estar
Eterna brincadeira
De a sério me levar...

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Dos advérbios, adjetivos abjetos e outros queridos entes

Vai, se culpa, o inocente
Inconsequente e indulgente
Forte e vil suficiente
Fraco corpo, torpe mente
E se desfaz comigo ausente
Faz tempo, eu, sobrevivente
Assim, insuportavelmente
O mais teimoso, o insistente
Nem feliz, nem descontente
Anestesia entorpecente
Faz-me o sujeito indiferente
Comum, comum a toda gente
Estar incluso, eu, de repente
Percebo, um sempre, novamente
Repete e pede (é comovente!):

Mais uma dose
Outro trago
Mais outro dia frio
E finaliza
A conversa das rimas mesmas
Num mesmo imenso vazio.