Vai, se culpa, o inocente
Inconsequente e indulgente
Forte e vil suficiente
Fraco corpo, torpe mente
E se desfaz comigo ausente
Faz tempo, eu, sobrevivente
Assim, insuportavelmente
O mais teimoso, o insistente
Nem feliz, nem descontente
Anestesia entorpecente
Faz-me o sujeito indiferente
Comum, comum a toda gente
Estar incluso, eu, de repente
Percebo, um sempre, novamente
Repete e pede (é comovente!):
Mais uma dose
Outro trago
Mais outro dia frio
E finaliza
A conversa das rimas mesmas
Num mesmo imenso vazio.
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