sexta-feira, 2 de maio de 2014

Noites parcas

na noite parca, suspensa
após a noite de glória
tudo é silêncio, insano silêncio
ao longo de mim

na noite parca, suspensa
de mim ao longo que vago
tudo suspenso, suspenso
todo suspenso, eu vago
ao longo de mim

na noite parca, suspensa
após a noite de glória, a presa pensa
em si se afunda e confunde
funde o motor da mente

na noite parca, ante a confirmação de estado-resto, silêncio:
o breu que pressente
terminal estado
da mente

na noite parca e na noite parca e suspensa não possuo um só limite a fazer-me pensar
cada qual a seu modo: primeiro, nenhuma indagação
depois, todas as perguntas do mundo
(terminal estado da mente me vem)
inteiro pecados, não me arrependo
um feixe de condições lineares e repetidas se fecha
eu, fechado
condições redundam meu eu
(meu eu)
tudo é silêncio dentro da noite no escuro do breu da parca noite suspensa.

Nudez

no olhar do artista
artista criança que é
no olhar do artista a criança
e a criança que é

menino, adulto, velhinho...
e sempre criança
montão de responsa nenhuma
artista criança

pois sempre que olha o artista pro artista
não vê outra coisa, outra vida
não vê outra face, outro jeito
que não o trejeito 

criança

de quem e pra quem admite, suporta, nem olha
ou só se apaixona.
que coisa, artista é sempre criança!