quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Da manhã de chuva ao te perder

O brando silêncio da casa, enriquecido pelo som das águas que caem fora e ornado por cores rubras da baixa luz da sala à meia cortina e ao brilho mudo da T.V. de plasma, emoldura minha manhã sem ti. Desde que surgiste, primeira manhã esta, talvez, em que ouço o som do silêncio sem teu jeito, tua voz nas queixas, pedidos, ordens e avisos. Teus amores. Premeditado futuro nosso pode ser nada, eu sei, tanto que dizemos... Mas é ao fosco brilho desta calma manhã do último mês do ano, que antevejo tudo que sou. Que posso ser. Com ou sem tua companhia nos próximos anos, ou meses, dias, faz-se presente um barulho imenso aqui dentro, por cada segundo nosso. E a chuva que cai lá fora arrepia os pelos... Silêncio quase vida que, ora vida, tamanha luz em mim, ora tudo que é cada vez mais morte, dita o ritmo dos quereres. Branda, calma e quente, grita pulsante e leve, como tudo o que é vida no fluir das horas, tua presença em mim.

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