Ainda é madrugada. Baixinho zumbido faz-se ouvir em meu quarto,
em meu eu no meu peito.
Em meu âmago algo de meu me contempla,
um zumbido baixinho, ainda de madrugada.
Ainda é madrugada,
o frio grita à janela e o frio de meu peito em meu eu de meu âmago muito reclama.
Quer dizer que não, também diz que sim.
Ainda é madrugada, e um zumbido me chama.
Aquela poltrona ainda não está vazia, me sento.
Ainda há o cheiro, o rastro que não pôde o tempo seu passo fazer esquecer.
Bons dias recebem-me querendo se dar, uns mais, outros menos,
uns outros ainda nem isso.
Ainda é madrugada; tudo é pele, é osso,
são olhos murchos e incerta direção;
mas tudo é.
Já já amanhece.
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