sábado, 20 de abril de 2013

Madrugada na gente

Ainda é madrugada. Baixinho zumbido faz-se ouvir em meu quarto, 
em meu eu no meu peito.
Em meu âmago algo de meu me contempla,
um zumbido baixinho, ainda de madrugada.

Ainda é madrugada,
o frio grita à janela e o frio de meu peito em meu eu de meu âmago muito reclama.
Quer dizer que não, também diz que sim.
Ainda é madrugada, e um zumbido me chama.

Aquela poltrona ainda não está vazia, me sento.
Ainda há o cheiro, o rastro que não pôde o tempo seu passo fazer esquecer.
Bons dias recebem-me querendo se dar, uns mais, outros menos, 
uns outros ainda nem isso.

Ainda é madrugada; tudo é pele, é osso, 
são olhos murchos e incerta direção;
mas tudo é.
Já já amanhece.

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