terça-feira, 6 de janeiro de 2015

De flores, cacos, ossos e rojões (para um ano novo não situado no tempo)

Apagam-se outra vez as velhas luminárias
Fecham-se mesmas cortinas
Junto ao fim um novo meio
Descobrir de velhos seres escondidos
Um novo início
De nós

Pelo andar do tempo o velho se faz jovem
Sempre jovem o querer...
Isenta-se outra vez nossa loucura
Consubstanciada e esquecida
Ao florir de espumas e sorrisos
Reinventam-se canções

Substanciosa, antes talhada e seca face
A esperança que não morre
Outros novos velhos passos e percalços
Ditam rumos pro que somos
Cada um que descalçado, calejado, amante, amado e desalmado
Luzem noites

Cheio de desejos e incertezas
Todo exposto às tragédias e belezas
Nosso eu
À mercê de todo novo ano novo a nos salvar
De nós

E que prossigam os rojões
A beleza e o latido dos cães
Nosso cantar cortante e profundo
Na vicissitude, agonia
E convalescença
Dos séculos.

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