segunda-feira, 28 de julho de 2014

Da cidade

o ouro, as vestes várias
da favela
que é meu mundo

transmutado em cocaína
nas todas paixões de carnaval
chuvas de verão
não mais.

passo a compor as cores a oferecer-se
num instante-melodia outra:
como muda a minha cara na cidade de São Paulo

a modernidade se mescla, a modernidade propriamente dita
se recicla
pelos meus tristes papéis sem tinta
tão presentes, ausentes de cor
a pintar-me um novo sete de setembro
novos números, meu show

aonde vai, como é que fica
por onde anda, Professor?
cura estranha...

nas filas inexistentes de hospitais
na falta de existir
o aborto
da morte.
uma pausa em semifusa no silêncio
e a volta daquele que não foi
não o deixaram ir

um filme em meu cérebro
imagens obtidas pela fotografia do olhar
em todo lugar
como muda a minha cara no espelho do elevador
da cidade de São Paulo.

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