segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sem título

Que por não ser capaz de escrever um décimo do que sinto, do que converso comigo e contigo dentro em mim, é que inda sou bem quisto, é que não sou e talvez nunca venha a ser um grande escritor além do grande escritor que sou. Que por tanto ter, e pensar, e ter pra perder e ganhar, é que até mesmo creio, em momentos assim, não ser assim tão fraca memória minha. Nas abstinências, e sequências, e orgulhos cheios de remorso na indecisão e bipolaridade que somos todos, me acho único, supremo, o maioral.
A narração do gol de Cristiano que perdi enquanto soberba minha exercitava em humildes traços desenhados enche-me os olhos d'água, o corpo de arrepios; estou vivo. Diante da homenagem a Luciano do Valle, lembro-me também de Elísio e tanta gente linda que se vai. Sou também tudo de feio e belo, todo erros, pecados inventados, não me aguento e não me deixo. Independente do que seja, sou mais um, eu não sou único; e o pecado maior é estar vivo. Só assim, portanto, acertamo-nos. Sejamos livres, pois, livres somos.

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